14 de nov. de 2015

PEDRO LUDOVICO: O TERROR CONTRA JORNALISTAS EM GOIÁS! (I)

Hoje, mudados foram os meios (parece que nem tanto - vide as ameaças ao Kajuru), mas o terror continua o mesmo.
 
Assasinato de Gurgel: matadores se esconderam no Palácio das Esmeraldas


Repete-se, hoje, comigo e com o Kajuru, o terror que Pedro Ludovico usava contra os que ousavam criticá-lo durante a sua ditadura estadual. Saibam um pouco dessa violência lendo “VOTO DE FOGO, ROSA E TANGO”, do jornalista José Asmar, a quem peço licença para publicar alguns excertos da sua importante obra.

***

“Ano de 1951, setembro, dia 24. O  diretor da Folha de Goiaz e Rádio Clube, dos Associados, Theomar Jones, é agarrado na Avenida Anhanguera e conduzido numa caminhonete à Vila Morais e, aí, é espancado sem dó nem piedade. Física e moralmente extenuado, muda-se de Goiânia.

Dezembro, 29, num bar próximo ao Marmo Hotel, cinco policiais prendem, após busca inútil e gratuita, o redator do JORNAL DO POVO, Leonam Curado, e mantêm-no incomunicável durante duas horas. Coincidência ou não, o chefe da façanha é João Vaca Brava (um delegado acobertador dos delitos do mandante – adendo meu).

A onda invade 1953, quando, em 24 de março, é o jornalista Américo Fernandes de Souza Neto a vítima de agressão física por gente do governo. Cobris ele a Câmara Municipal e reproduzira expressões impublicáveis do líder pessedista.

E agosto estarrece todo mundo. Dia 8, às 11h30min, em pleno Centro, esquina das Avenidas Goiás e Anhanguera, auxiliares do governo trucidam o repórter Haroldo Gurgel e ferem os irmãos Antônio e João Carneiro Vaz, do semanário O MOMENTO.

[...}

O bloco de violências políticas em Goiás, amontoado em 1952-1953, com o hediondo trucidamento do repórter Haroldo Gurgel e ferimentos nos irmãos Antônio e João Carneiro Vaz, constrangeu culpados e inocentes a melhorarem a imagem do Estado. Quintal já não era. Novas gerações e novos habitantes apareciam, sem fios de transmissão de mágoas e brigas.

Por escândalo ou urro de acuado, o JORNAL DO POVO mancheteia, então:

- Será focalizada na ONU a fata de liberdade de imprensa em Goiás.

Alinha repercussão no Exterior:

- Time, de Nova York; Saturday Post, de Washington; Herald Tribune, de Chicago; Paris Soir, Paris; Match e Lettres Français, idem; Le Figaro, também; Times e BBC, Londres; Setimo Giorno e Giornali D`Italia, Roma; Osservatore Romano, Vaticano (que até ao Papa foram queixar-se); La Nación e La Prensa, Buenos Aires.

O governador Pedro Ludovico Teixeira deplora a divulgação wue deprime Goiás. Retrucam-lhe:

- Impeça os fatos e não haverá notícia.

O excerto do jornal VOZ OPERÁRIA, do Rio (a daqui, como sempre, controlada pelos governantes), logo abaixo, responde bem a essa questão.



***


No próximo capítulo, a morte de Gurgel e a impunidade do mandante e dos matadores.

Um comentário:

  1. A morte de Haroldo Gurgel, teve repercussão internacional, mas, ficou tudo como dantes no quartel de abrantes..! Nenê Calango, foi um dos que matou o radialista!

    ResponderExcluir

Deixe aqui o seu comentário.
Utilize a sua conta do Google ou o seu OpenID
Obrigado pela visita.